terça-feira, 11 de outubro de 2011


LEITURA ORANTE DA BÍBLIA OU LECTIO DIVINA

PRIMEIRA FORMAÇÃO

A leitura orante da Bíblia, ou LECTIO DIVINA, é um alimento necessário para a nossa vida espiritual. A partir desta oração, conscientes do plano de Deus e sua vontade, podemos produzir frutos espirituais em nossa vida. Santa Terezinha do Menino Jesus dizia, em seu período de aridez espiritual, que quando os livros espirituais não lhe diziam mais nada, ela buscava no Evangelho o alimento da sua alma.

OS PASSOS DA LECTIO DIVINA:

Oração Inicial:

Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor. Enviai, Senhor, o vosso Espírito, e tudo será criado; e renovareis a face da terra. Deus que instruístes os corações dos vossos fiéis com as luzes do Espírito Santo, fazei que apreciemos retamente todas as coisas e gozemos sempre da sua consolação. Por Cristo Senhor nosso. Amém.

Leitura da Palavra de Deus:

Leia, com calma e atenção, o Evangelho do dia. Se for preciso, leia quantas vezes forem necessárias. Então procure identificar as coisas importantes deste trecho da Bíblia: o ambiente, os personagens, os diálogos, as imagens usadas, as ações. Você conhece algum outro trecho que seja parecido com este que você leu? É importante que você identifique tudo isto com calma e atenção, como se estivesse vendo a cena. É um momento para conhecer e reconhecer a Boa Notícia que este trecho traz!

Meditar a Palavra de Deus:

É o momento de descobrir os valores e as mensagens espirituais da Palavra de Deus: é hora de saborear a Palavra de Deus e não apenas estudá-la. Você, diante de Deus, deve confrontar este trecho com a sua vida. Feche os olhos, é preciso concentrar-se.

Rezar a Palavra de Deus:

Toda boa meditação desemboca naturalmente na oração. É o momento de responder a Deus após havê-lo escutado. Esta oração é um momento muito pessoal que diz respeito apenas à pessoa e Deus. Não se preocupe em preparar palavras, fale o que vai no coração depois da meditação: se for louvor, louve, se for pedido de perdão, peça perdão; se for necessidade de maior clareza, peça a luz divina; se for cansaço e aridez, peça os dons da fé e da esperança.

Contemplar a Palavra:

Desta etapa a pessoa não é dona. É um momento que pertence a Deus e sua presença, misteriosa sim, mas sempre presença. É um momento onde se permanece em silêncio diante de Deus. Se Ele o conduzir à contemplação, louvado seja Deus! Se Ele lhe der apenas tranquilidade de uns momentos de paz e silêncio, louvado seja Deus! Se para você for um momento de esforço de querer estar na presença de Deus, louvado seja Deus!

Conservar a Palavra de Deus na sua vida:

Leve a Palavra de Deus e o fruto desta oração para a sua vida. Não se preocupe se alguma coisa não for bem, um dos frutos da Palavra de Deus é a noção do erro e a conversão pela sua misericórdia. O importante é que a semente da Palavra de Deus produza frutos e que o povo de Deus possa ser alimentado pelos testemunhos de fé, esperança e amor.

Termine com a oração do Pai Nosso e três Ave-Marias, consciente de querer viver a mensagem do Reino de Deus e fazer a Sua vontade.

SUGESTÃO PARA UM PROGRAMA DE VIDA ESPIRITUAL

 – Todos os dias reserve no mínimo de 15 a 20 minutos para oração pessoal com a Bíblia. Aos poucos vá aumentando este tempo.

 – Faça uma visita semanal ao Santíssimo Sacramento.

 – Nunca falte a missa dominical.

 – Confesse regularmente.

 – Reze diariamente o terço, se não for possível recitá-lo de uma só vez, faça-o em partes durante o dia, até completar as cinco dezenas.


Poema: Brincadeira é alegria

Criança adora poemas, este então tenho certeza que vão gostar!


História: Tempo para tudo
Criança ama historinhas. 
Por isso vou contar uma agora... ou melhor vou postar uma agora. hehe









Crianças aprenderam com a história? Nunca se esqueça do tempo para Deus. Vá sempre à missa. à catequese e reze sempre em casa. O tempo mais sagrado que podemos conseguir, é o tempo para Deus.


Drogas: por que (porque) não legalizar?!


Um debate muito polêmico voltou ao cenário midiático, recentemente, juntamente às eleições legislativas nos Estados Unidos. A questão da legalização das drogas. Muitos vêem na legalização uma maneira de controle dos usuários e até mesmo uma forma de coibir o tráfico de drogas. Não é a opinião deste blogueiro. Por mais incrível que pareça talvez a legalização das drogas (nas condições atuais) trouxesse mais dispêndio na relação custo/beneficio, do que o seu atual estágio: criminalizada. A discussão a respeito das drogas não é coisa recente: é possível localizá-lo pelos menos desde os anos 60 e 70, nos movimentos de contracultura. No entanto, a criminalização ainda é a medida mais eficaz. Obviamente que todo debate é sempre bastante enriquecedor, mas quando se trata de uma questão tão complicada onde é notória a falta de preparo estrutural para uma possível legalização, essa disputa se torna caduca.
Sem dúvidas que se houver uma legalização dos entorpecentes, haverá certos ganhos (principalmente financeiros), uma vez que a droga será estatal (ou privatizada, porém sob tutela estatal) e os lucros serão vindouros. Mas isso não acabará com o tráfico, talvez até o mantenha em uma zona de conforto relativamente estável. Explico: vejamos a indústria fonográfica: é uma indústria legal, formalizada, que paga tributos ao Estado. Mas o fato de existir essa indústria legalizada não impede em absolutamente nada que a pirataria cresça vertiginosamente. Dados apontam que em 2009 da quantidade total de cd’s e dvd’s vendidos no Brasil, 51% foi efetuado pela indústria pirata e 49% pelos grandes selos. A probabilidade de esse cenário se repetir é significativamente grande. Justifico: não restam dúvidas de que o que faz as pessoas migrarem para a pirataria é o preço mais atrativo. As gravadoras apontam os altos impostos como o fator preponderante para o elevado preço dos cd’s e dvd’s. Ora, quem se dispusesse a produzir uma droga legal, também enfrentaria essa mesma carga tributária, logo, é de se imaginar que a vendagem no morro ainda teria o seu lugar cativo, assim como nas praças (no caso da fonografia) também o tem.
Mas esqueçamos um pouco o paralelo com a indústria fonográfica e admitamos que por hora que as drogas foram legalizadas. Ainda assim, por mais contraditório que pareça, eu diria que a legalização ajudaria o tráfico de drogas a se manter/aumentar. Certamente com a legalização haveria uma cota máxima para cada usuário. Suponhamos que esta cota seja de 15g semanais. Isso faria com que os traficantes abandonassem o transporte maciço da droga, e passasse a investir no transporte de pequenas quantidades. Há quem diga que a quantidade é mínima, e que o transporte de uma quantidade significativa demoraria muito. É verdade, mas se considerarmos que o exército do crime é vasto, talvez essa demora fosse um pouco reduzida, afora o fato de que o papel dos chamados “mulas” ganharia uma importância um pouco maior. Mais: no momento de recrutá-las o discurso dos traficantes seria exatamente o de que não haveria problema algum, uma vez que a compra e a quantidade que estava sendo transportada era dentro da lei. Por mais irônico que pareça, seria o tráfico se utilizando da lei para se manter à margem da lei. Hão de argumentar que haveria um cadastro com os dados dos usuários. Sim, esse cadastro haveria pra a compra legal. E a compra ilegal? A polícia teria a informação de que até 15g (usando do exemplo anterior) seria passível de ser liberado: todas as “mulas” andariam com apenas 15g, logo não haveria como separar joio do trigo. Criaríamos, sim, mais um problema para a polícia. Em um suspiro de resistência, poderia haver quem sugerisse uma espécie de selo para distinguir a legal da ilegal. Ora, existe clone de cartão, de dinheiro, de documento, de carro..., clonar um selo, para o crime organizado, seria brincadeira de criança.
Das teorias defendendo a descriminalização das drogas, a que mais me chamou a atenção foi a da criação de uma droga mais “fraca”, uma “droga light”. Muita calma nessa hora. É de um pensamento muito raso e pueril. Ora, o cara que vai atrás de uma pedra de crack ele não está afim de um torpor “leve”, se o tivesse ele compraria um baseado e não uma pedra crack. Compraria até mesmo alguns gramas de cocaína, que nada mais é que o crack menos denso, para ficar mais claro. Então por favor, sejamos razoáveis. Uma fórmula mais leve, definitivamente não será a solução. Isso sem contar que é bastante comum vermos que o público de um determinado produto começa a rejeitá-lo quando ele muda a sua fórmula, sendo bastante comum a venda das fórmulas antiga e nova. Elas co-existem. Era o que veríamos no caso dos entorpecentes.
Não creio que no Brasil temos uma estrutura o suficiente para admitirmos a legalização de entorpecentes. Acho, sim, que a legalização teria um valor prático (para ser bem utilitarista) muito pequeno em relação aos infortúnios que traria tanto ao Estado, quanto à polícia. A legalização é uma questão que envolve não apenas segurança pública, mas também saúde pública, e até mesmo educação. Por que não legalizar as drogas? Porque não temos uma estrutura adequada; Porque sofremos de uma grave crise nas segurança e saúde públicas; Porque não temos uma educação adequada... Então, eu voto NÃO.

Escrito por Humberto Rodrigo
Graduando em Ciências Sociais - UESC

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quinta-feira, 6 de outubro de 2011



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MÚSICA E LITURGIA - continuação


Dando continuidade ao assunto música e liturgia...


4 UM TIPO DE CANÇÃO PARA CADA TEMPO LITÚRGICO

Nos momentos onde for possível inserir cânticos livres, ou seja, fora dos momentos onde se cantam partes fixas da missa, a equipe de canto deve priorizar canções voltadas à proposta de cada tempo litúrgico, a saber:

- Tempo do Advento: músicas que contemplam a expectativa da espera e da necessidade de preparar corações para receber o Cristo que vem.

- Tempo do Natal: músicas que falem do Verbo encarnado, do Cristo presente entre nós.

- Tempo Comum: por se tratar do tempo onde o destaque é o ministério público de Jesus, é importante destacar canções desse gênero, de acordo com a Liturgia da Palavra do dia.

- Tempo da Quaresma: são proibidas as músicas que tragam o “aleluia”. Deve ser um tempo onde se prioriza as canções que falam da necessidade de conversão, da penitência e das práticas de caridade.

- Tempo Pascal: tempo de maior júbilo, onde todos os dias são pascais. É o “dia de cinquenta dias” e deve ter canções que falem da ressurreição de Cristo, da vida nova, da alegria e confiança em Deus.

Em solenidades, os critérios passam pela busca de canções que se encaixem com a ocasião. Evidentemente que numa solenidade da Assunção de Maria, por exemplo, não se cantará cantos marianos de início a fim. A paz que se expressa é a de Cristo, as oferendas que se apresentam são para que se transubstanciem em Jesus, o corpo que se recebe na comunhão é do Ressuscitado, ou seja, nem tudo pode se converter ao santo ou ocasião celebrada, mas pode, mesmo nesses casos apresentados, haver referências ao que se celebra. Em se tratando da solenidade da Anunciação do Senhor, percebe-se que as equipes de canto de um modo geral se preocupam em escolher cantos marianos quando, na verdade, trata-se de uma solenidade do Senhor, mesmo tendo a Virgem Maria participação fundamental nesse episódio.


5 MÚSICA PROTESTANTE NA LITURGIA

Esse assunto merece um tópico a parte e é um tanto delicado, possuindo várias interpretações.

Primeiramente, cito a posição do saudoso Dom Estevão Tavares Bettencourt a esse respeito:

“Não é conveniente adotar cânticos protestantes em celebrações católicas pelas razões seguintes:

1) Lex orandi lex credendi (Nós oramos de acordo com aquilo que cremos). Isto quer dizer: existe grande afinidade entre as fórmulas de fé e as fórmulas de oração; a fé se exprime na oração, já diziam os escritores cristãos dos primeiros séculos.

No século IV, por ocasião da controvérsia ariana (que debatia a Divindade do Filho), os hereges queriam incutir o arianismo através de hinos religiosos, ao que Sto. Ambrósio opôs os hinos ambrosianos.

Mais ainda: nos séculos XVII-XIX o Galicanismo propugnava a existência de Igrejas nacionais subordinadas não ao Papa, mas ao monarca. Em consequência foi criado o calendário galicano, no qual estava inserida a festa de São Napoleão, que podia ser entendido como um mártir da Igreja antiga ou como sendo o Imperador Napoleão.

Pois bem, os protestantes têm seus cantos religiosos através de cuja letra se exprime a fé protestante. O católico que utiliza esses cânticos, não pode deixar de assimilar aos poucos a mentalidade protestante; esta é, em certos casos, mais subjetiva e sentimental do que a católica.

2) Os cantos protestantes ignoram verdades centrais do Cristianismo: A Eucaristia, a Comunhão dos Santos, a Igreja Mãe e Mestre... Esses temas não podem faltar numa autêntica espiritualidade cristã.

3) Deve-se estimular a produção de cânticos com base na doutrina da fé.”

Existe muita música de origem protestante cuja letra e melodia são de tamanha beleza que penetra nosso interior. Elas falam do amor de Deus, da fraternidade, da reconciliação, do louvor, enfim, tantos assuntos que também cantamos em nossa tradição católica. Por outro lado, nós católicos possuímos cantos belíssimos, inspiradores, pautados na Palavra de Deus e na tradição cristã, como escritos dos santos e doutrinas da Igreja. Muitas vezes, engavetamos o que de belo temos para priorizar o que foi composto dentro de uma concepção divergente ao nosso modo de crer.

A princípio, desde que não contrarie a fé cristã-católica e atenda aos princípios litúrgicos, não há problema em se empregar canções protestantes na Sagrada Liturgia; nas palavras do próprio Jesus, “o que não está contra nós é a nosso favor” (Mc 9,40). Mas se considerarmos aquilo que cremos, da forma como cremos e celebramos, estamos diante de uma falta de respeito e fidelidade à nossa fé e à nossa tradição. É como cantar um canto protestante de adoração diante do Santíssimo Sacramento, sabendo claramente que seu compositor rejeita a presença real de Cristo na Eucaristia. Assim, estamos desprezando as canções compostas por irmãos católicos, que em suas concepções visualizaram Cristo Eucarístico ou até que diante dele buscaram inspiração para compor.

Sabemos que o patrimônio artístico referente à música sacra em nossa Igreja é enorme. É hora de resgatarmos canções e também conhecermos o que de novo surge a cada dia, cujo trabalho está em comunhão com a Igreja e nela e a partir dela busca inspiração. Cantar o que é nosso é valorizar nosso rico e inestimável patrimônio.

É de Santo Agostinho a frase que inicia esse artigo: “se queres saber no que cremos, vem ouvir o que cantamos”. O que cantamos reflete diretamente aquilo que cremos, ou seja, um fator inspira o outro, caminham lado a lado, são inseparáveis. Ainda que apreciemos certas canções, bandas ou compositores protestantes é preciso saber que existe um limite na aplicação de seus trabalhos e que as doutrinas que os embasam, em boa parte, divergem substancialmente da fé que recebemos de Cristo, dos apóstolos, da Igreja.

É preferível, pois, valorizarmos o que é nosso e empregá-lo na sagrada ação litúrgica, onde está o ápice da vida cristã, evitando a inserção de outras formas de manifestação artística. Temos um passado riquíssimo e um futuro brilhante para sustentar a Liturgia, mantendo todo decoro e dignidade que o culto merece e, assim, livrando-o de possíveis heresias mascaradas que podem estar presentes em muitas canções de origens não católicas.


6 CANTAR EM LATIM

O latim é o idioma que constitui ponto de unidade na Sagrada Liturgia, sobretudo no rito latino, predominante no Brasil e no ocidente. Portanto, é louvável sua aplicação no canto litúrgico, mesmo que não em sua totalidade, para expressar o caráter uno da Santa Igreja, onde quer que ela esteja.

“Uma vez que se realizam sempre mais frequentemente reuniões internacionais de fiéis, convém que aprendam a cantar juntos em latim ao menos algumas partes do Ordinário da Missa, principalmente o símbolo da fé e a oração do Senhor, empregando-se melodias mais simples.” (IGMR 42)

Atualmente, vê-se uma preocupação em se empregar o latim em alguns cantos, caso doAgnus Dei (Cordeiro de Deus), que conta com melodias simples e belas. O Pai Nosso também é outra oração com algumas melodias já consagradas no meio cristão. Aliás, outras partes da missa podem ser cantadas de acordo com a tradição da Igreja, como o Kyrie Eleison (“Senhor, tende piedade”, em grego). Mesmo no rito extraordinário, também conhecido como tridentino, nem todas as canções litúrgicas eram em latim, já que existiam outras formas de cantos além do gregoriano, muitas canções de apelo mais popular e ainda cantadas na forma ordinária da Liturgia Romana.


7 CUIDADOS COM A MÚSICA NA LITURGIA

Uma preocupação crescente nos dias atuais nasce justamente de uma grande graça: a multiplicação de cantores católicos e consequentes trabalhos. São tantos lançamentos, tantas opções que acabam, muitas vezes, em confusão. A Igreja, sempre zelosa com a Liturgia, busca orientar músicos e liturgos em prol de celebrações que propiciem profunda experiência com Deus, sem perder a essência que as caracterizam.

Há, portanto, uma série de considerações a serem observadas pelo músico católico, quando o assunto é Liturgia. Além das já citadas, vale a pena acrescentar as seguintes:

  • As canções empregadas na Sagrada Liturgia precisam estar em sintonia com as motivações celebradas: não se cantam hinos de Natal na Páscoa, por exemplo, da mesma forma que um canto não pode ser considerado hino de louvor pelo simples fato de trazer em sua composição expressões como “Glória a Deus”.
  • Nenhuma composição litúrgica pode trazer o termo “Javé”, em respeito à tradição judaica de não se pronunciar o nome de Deus, bem como pelas razões que levaram ao costume de omiti-lo de seus textos litúrgicos (para mais esclarecimentos, consultehttp://liturgiahoje.blogspot.com/search/label/Jav%C3%A9).

Válido ressaltar que nem toda composição religiosa pode ser empregada na Liturgia. Muitos de seus autores sequer objetivam isso. A música popular católica tem por objetivo nutrir nossa fé no dia a dia e pode ser utilizada em encontros, retiros, catequeses e outros eventos cristãos. Ainda que não seja previsto dentro da Liturgia, é muito comum em várias comunidades a inserção de homenagens diversificadas, como dia das mães, dia do padre, do catequista, do trabalho, enfim. Caso isso ocorra, que ao menos haja bom senso na escolha de canções não litúrgicas, mas que preservem o clima celebrativo. Naturalmente, seja ressaltado, o melhor momento para esses tipos de homenagem é fora da missa, antes ou logo após. Esse estudo até merece um aprofundamento mais detalhado, mas não dentro deste artigo destinado à música na Liturgia.

8 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Sem sombra de dúvidas, a música ocupa um espaço muito importante em todos os segmentos da sociedade. Com a Liturgia não é diferente, uma vez que o cântico litúrgico pode elevar corações com grande intensidade. Mas essa possibilidade de elevação pode ter efeito contrário, se as celebrações não forem preparadas à devida altura, com a importância que devem ter. É lamentável perceber que muitas comunidades não investem em música, seja em aparelhagem de som adequada, seja em instrumentos musicais e, sobretudo, na formação e profissionalização de seus músicos. Em muitos lugares, são as iniciativas pessoais que dão resultado, o que não é ruim, comparada a estagnação de tantas equipes de canto.
Mesmo com a abertura dada pelo Concílio Vaticano II, no que tange o uso de outros instrumentos musicais além do órgão, e outras formas de canto além do gregoriano, muito ainda precisa ser feito para que a Liturgia não perca a sua sacralidade, sobretudo por parte dos que confundem canto litúrgico com seleção de músicas aleatórias que satisfazem gostos pessoais, mas são desprovidas dos sentidos que deveriam assumir em cada momento de uma celebração eucarística (para ser mais específico, embora isso se repita em outras celebrações sacramentais, principalmente em matrimônios). Agrava ainda mais a situação, quando pessoas “enxergam“ status no que deveria ser um serviço prestado conforme os dons recebidos, desenvolvidos e disponibilizados para o bem comum.Por fim, por mais que os tempos atuais tenham rendido boas safras de canções litúrgicas, não podemos abandonar o imensurável patrimônio que a Igreja construiu ao longo dos séculos. Canções que sustentaram na fé nossos antepassados não podem ser simplesmente descartadas. Antes, merecem atenção e consideração, mesclando o antigo com o atual, ainda que a tradição em língua portuguesa não possua tão grande repertório. Cantos em latim também entram nessa dinâmica, mesmo em missas rezadas no vernáculo (por que não?).
Que Santa Cecília, padroeira dos músicos, interceda sempre por todas as equipes de canto litúrgico. Amém!